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Arquitetos: Samira Rathod Design Atelier
- Área: 465 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Edmund Sumner
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada no pé das montanhas Maharashtra em Alibaug, afastadas da agitada vida urbana de Mumbai. O terreno era um pedaço estéril e seco de terra. Quando eu vi pela primeira vez, haviam duas árvores solitárias; uma vista das colinas ao longe e campos secos, todo o caminho até o céu, por todos os lados.
Naquele calor absurdo, havia apenas um desejo - ser trazido de volta para aquela calma familiar, escura e fria.
As casas pátio do sul da Índia fazem isso muito bem, com suas coberturas com baixa inclinação e um pátio central no qual os demais ambientes estão distribuídos ao redor.
A ideia da casa se iniciou aqui.
O projeto foi cuidadosamente posicionado entre as duas árvores, com a altura do volume construído indo de encontro com a copa das árvores. Três quartos e espaços de estar estão em volta de um pátio semi coberto que se abre para uma piscina de cor azul índigo, com pequenos jatos d'água que trazem o conforto do seu ruído de encontro de águas.
O pátio é marcado com uma pequena árvore de babul para sombra, que a medida que cresce vai abraçar todo o espaço e absorverá a casa com sua fragrância marcante e chuva de pequenas flores brancas todas as manhãs.
O pátio não se abre para ambientes, mas sim, para uma grande circulação que atua como uma ponte de madeira que abriga um estúdio, sob uma cobertura de aço corten e amarra todos os ambientes em um único pavimento.
Ainda assim, o sol é implacável; sua luz forte que precisava ser acalmada com sombras.
Daqui emergiu a linguagem de sua tectônica, para a arquitetura e para a paisagem.
A medida que se entra na casa, a longa caminhada de onde se desce do carro, entre paredes de grandes arbustos contra a pele e um tapete de forrações verdes, forma-se uma borda perfeita para o terreno.
A casa é concebida em camadas trituradas, à medida que revela os espaços, cada uma delas em uma entonação diferente de luz.
A primeira de suas camadas, na orientação sul, é uma parede grossa e opaca de concreto colorido, uma pesada cortina térmica para abafar o calor.
A segunda camada é a cobertura de aço corten por sobre a ponte de madeira, que abriga a área de estudo com janelas semelhantes à teclas de piano, em uma alusão às antigas casas das montanhas do norte da Índia.
As escadas e seus corrimãos de madeira, a ponte suspensa por um portal metálico e as janelas da sala de estar, o mobiliário, a padronagem dos pisos, todos formam um grande conjunto de camadas sobrepostas.
Todos seus elementos são projetados e detalhados para obstruir a luz.
A casa é projetada como uma peneira através da qual a luz é filtrada, manchada e coberta em suas aberturas.
Arquitetura é concebida como arte, onde modos convencionais de construção do pensamento são desviados para ironizar as geometrias rigorosas previsíveis que estão relacionadas à arquitetura que impressiona.
Todo o piso, ao contrário aos alinhamentos ortogonais do edifício, é executado como uma tela de pintura livre, com vários pisos de concreto feito à mão em tonalidades diferentes.
A luz proveniente das aberturas zenitais lavam as paredes, pintadas em tons de marrom.
A experiência do morar é projetada para ser sutil, escura, silenciosa e quase erótica, com a hierarquia de volumes e texturas espaciais. Ferro, concreto e madeira são coreografados para criarem sombras intrigantes.
No clima de romance; Casa Sombra.